Foto: Juscel Reis / Overmundo
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Despercebido pela grande imprensa, o Brasil ganhou
um grande presente no dia 18 de outubro de 2017. Trata-se da criação do
Parque Estadual do Canyon do Rio Poti pelo Governo do Estado do Piauí (Decreto
Estadual 17.429 de 18/19/2017).
Localizado no município de Buriti dos Montes (PI) e contando com 24.772 ha de superfície e 118 km de perímetro, o parque protege um
estirão do rio Poti que corre em um canyon, além de áreas contíguas com vegetação de caatinga e arte rupestre. O órgão gestor do Parque é a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (SEMAR) do Piauí.
O Governo do Ceará está estudando a criação de uma área
protegida junto ao Parque Estadual do Canyon do Rio Poti, para compor um
conjunto de parques ao longo do canyon, o que poderá mudar o cenário
econômico da região, criando empregos compatíveis com a proteção da paisagem. A
criação dos parques afasta a ameaça das barragens que poderiam submergir um
valioso patrimônio natural e arqueológico do Brasil.
O RIO POTI E O CANYON
O Poti, que em tupi-guarani quer dizer camarão, nasce
na Serra dos Cariris Novos, município de Quiterianópolis (CE). Sua principal
nascente brota na localidade de Jatobá, no Olho-d’água da Gameleira. A
comunidade de Santa Maria, em Quiterianópolis, é o povoamento mais próximo. O
rio percorre 538 km da nascente à foz, dos quais 180 km na forma de um canyon.
É um afluente da margem direita do rio Parnaíba e um rio permanente que cruza
uma região semi-árida, tendo portanto uma importância crucial.
No Parque, as águas do rio Poti são límpidas e
transparentes. O canyon é uma formação geológica que corta a Serra de Ibiapaba
entre o Piauí e o Ceará, estendendo-se por 180 km pelos municípios de Crateús,
no Ceará, e Castelo, Buriti dos Montes e Juazeiro no Piauí.
Conhecido localmente como “Boqueirão do Poti”, o canyon
foi formado pela erosão mecânica das águas do rio sobre as rochas sedimentares
da Formação Cabeças, depositada no período Devoniano durante a Era Paleozóica,
por volta de 400 milhões de anos atrás. O rio entalhou seu leito natural
aproveitando uma falha tectônica conhecida como Lineamento Transbrasiliano, que
corta o Brasil desde Sobral até o Mato Grosso. Os paredões do Canyon chegam a
ter 60 metros de altura e suas rochas areníticas mostram colorações brancas,
amarelas e vermelhas, além de belas formas esculpidas pela correnteza
do rio durante milhões de anos.
GRAVURAS E PINTURAS RUPESTRES
O Parque abriga milhares de inscrições rupestres
nas rochas do Canyon, com variados estilos artísticos retratando, em sua
maioria, figuras humanas e de animais. São gravuras rupestres muito antigas e
singulares, diferentes das existentes nos Parques Nacionais de Sete Cidades e
da Serra da Capivara, ambos no Piaui.
Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí afirmam
que a diversidade de gravuras mostra que diferentes grupos viveram na região.
Ressaltam ainda que o sitio arqueológico é um dos mais importantes do Brasil.
As milhares de gravuras rupestres foram talhadas e picotadas em baixo relevo na
própria rocha, geralmente sem uso de pigmentos. Pinturas rupestres são
aplicações de tinturas minerais e orgânicas sobre a rocha. Há também pinturas
rupestres em abrigos sob as rochas. As gravuras e pinturas podem contribuir
para o entendimento do modo de vida dos povos que habitavam a região, pois eram
a forma que eles tinham de transferir conhecimento.
O Núcleo de Antropologia Pré-Histórica da
Universidade Federal do Piauí (NAP-Ufpi) constatou que existem mais de 500 sítios arqueológicos na região de Castelo do Piauí, Juazeiro e Buriti dos
Montes. Neles estão tesouros arqueológicos em pinturas e gravuras rupestres
ainda não estudados ou sequer datados, quer dizer, avaliados quanto à sua
idade.
Um forte candidato a ser tombado pelo IPHAN ou
mesmo reconhecido no futuro como patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO.
BIODIVERSIDADE
Segundo a Associação Caatinga, o parque abriga cerca de 1.400 espécies de animais, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e insetos. Dentre as espécies que motivaram a criação da área protegida destaca-se o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), sério candidato a se tornar o animal símbolo do parque.
POTENCIAL TURÍSTICO
O potencial turístico do Parque e de sua área de
influência é excepcional para a prática de diversas atividades aquáticas e
terrestres como contemplação da natureza, descida do rio em canoa e caiaque,
banho, mergulho, slackline, rapel, caminhadas, ciclismo, acampamento selvagem
a apreciação da caatinga e das inscrições rupestres. Ano passado aconteceu o
Canyon Fest do Poti oferecendo um circuito de turismo, arte, cultura e natureza
entre as cidades de Castelo, Juazeiro e Buriti dos Montes. O Canyon Fest teve ainda
atividades de motocross, trilhas, canoagem e ciclismo.
PLANEJE SUA VIAGEM
O Parque acaba de ser criado, logo não dispõe de
infraestrutura e serviços de apoio ao visitante. Todavia, os comerciantes e guias locais estão se organizando para receber os visitantes e ofertar serviços.
Quando ir
O melhor período para visitar o Parque é entre
julho e dezembro, após o período das chuvas. Clique aqui para ver a previsão do tempo.
Porta de Entrada
A porta de entrada do Parque é a cidade de Castelo
do Piauí, situada 184 km a leste de Teresina. Clique aqui para ver o mapa de acesso.
A cidade de Crateús (CE) também dá acesso ao canyon. Pode-se chegar ao Parque navegando-se pelo rio Poti. Crateús dista 280 km de Teresina e 354 km de Fortaleza. Clique aqui para ver o mapa de acesso.
A cidade de Crateús (CE) também dá acesso ao canyon. Pode-se chegar ao Parque navegando-se pelo rio Poti. Crateús dista 280 km de Teresina e 354 km de Fortaleza. Clique aqui para ver o mapa de acesso.
Acesso ao Canyon
O acesso ao canyon, principal atração do Parque, é
feito através de duas estradas vicinais: uma pela cidade de Castelo do Piauí e
outra pela cidade de Juazeiro do Piauí.
Informações
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR - site
Diretoria de Parques e Florestas
Secretaria Estadual de Turismo – SETUR - site
Telefone: (86) 3216-2664
e-mail: seturpiascom@gmail.com
Associação dos Condutores de Turistas e Visitantes de Castelo (Condatur) - Castelo do Piaui
Contato: (86) 9-9913-7039 - Guia Augusto Vasconcelos
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Ecotur Adventure Sertões de Crateús (CE)
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