Situado em
Niteroi e Maricá, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) completará 25
anos no dia 29 de novembro. São 25 anos de apoio ininterrupto da sociedade, que
atuou decisivamente na sua criação e nas sucessivas ampliações. E permanece lutando
por melhorias.
É disparado
o de maior carisma e reconhecimento popular entre todos os parques estaduais e,
talvez, o mais visitado. Graças a sua existência, os municípios de Niterói e
Maricá receberam repasses de ICMS Ecológico de R$ 10,8 milhões entre 2009 e
2015. Neste intervalo, Niterói recebeu R$ 7,7 milhões, estando previsto o
ingresso de R$ 2 milhões até o final do ano de 2016 e R$ 2 milhões em 2017,
enquanto Maricá recebeu R$ 3,1 milhões, estando previsto o ingresso de R$ 1,2
milhão até o final do ano de 2016 e R$ 1,2 milhão em 2017. O PESET é uma força
econômica.
Caso inédito
em nosso estado, o Parque é liderado pelo gestor Jonathas Ferrarez, tecnólogo ambiental formado nas categorias de base do
PESET, onde começou a atuar como voluntário em 2006.
O PESET iniciou
em 1991 protegendo apenas a Serra da Tiiririca e a enseada do Bananal. Em 2007 adicionou
o Morro das Andorinhas e, em 2008, as terras da planície do entorno da Laguna
de Itaipu, uma faixa da restinga de Camboinhas e a espetacular Duna Grande. Em
2012 incorporou as Montanhas Darci Ribeiro, repletas de Mata Atlântica, o Morro
da Peça e as Ilhas do Pai, da Mãe e da Menina.
Com status
internacional de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Estado do Rio de
Janeiro conferido pela UNESCO em 1992, o PESET conta hoje com 3.493 hectares
(35 km²), dos quais 2.553 ha estão em Niterói e 940 ha em Maricá. Recebe mais
de 250 mil visitantes por ano, movimentando o comércio das áreas vizinhas e
fazendo a alegria de milhares de moradores de Niterói, Maricá, São Gonçalo e do
Rio de Janeiro, sem falar de turistas de outros cidades, estados e do exterior.
Um dos
principais parques metropolitanos do Estado do Rio de Janeiro ao lado do Parque
Nacional da Tijuca e do Parque Estadual da Pedra Branca, o PESET tem como
característica singular o fato de ter sido instituído após intensa campanha da
sociedade civil, liderada pelo Movimento Cidadania Ecológic (MCE).
A Serra da
Tiririca foi atravessada por Charles Darwin em 1832 que assim escreveu a experiência em
seu diário de viagem: “Depois de
passarmos por alguns campos cultivados, entramos numa floresta cuja
magnificência não podia ser superada”. Ela foi ainda palco da primeira tentativa
de reforma agrária do Brasil (Engenho do Mato, em 1962). O primeiro Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) do Brasil, do Plano Estrutural Cidade Balneária de
Itaipu, em 1983, foi realizado na área incorporada ao Parque em 2008. Em 1987 o
IPHAN proclamou a Duna Grande como monumento símbolo da arqueologia nacional. Em
2008 o Parque incorporou a área da Reserva Biológica de Goethea, criada em
1932, a segunda mais antiga área protegida municipal do Brasil.
O PESET protege
formações rochosas de gnaisse facoidal, granitos e diques de diabásio, córregos
e riachos, florestas do bioma da Mata Atlântica, vegetação rupícola (plantas
que vivem em afloramentos rochosos), restinga (vegetação em solos costeiros
arenosos), duna, manguezal, brejos e alagadiços ao redor da Laguna de Itaipu, ilhas
e a área marinha do enseada do Bananal. Abriga mais de 900 espécies de plantas,
muitas ameaçadas.
O patrimônio
histórico-cultural reúne o sítio arqueológico da Duna Grande registrado no
IPHAN em 1962, o Túnel Ferroviário da E.F. Maricá, o Caminho Darwin e a
Comunidade Tradicional do Morro das Andorinhas. Além disso, o PESET valoriza e
celebra o passado e a cultura do Povo do Sambaqui e dos índios Tupinambás. Os
Sambaquieiros habitaram a região entre 8 e 1,5 mil anos atrás, percorrendo as
diversas áreas do parque, nelas praticando a pesca, a caça e a coleta de
vegetais, deixando como registro principal os sítios arqueológicos. Em
sequência vieram os índios Tupinambás, que por mais de mil anos habitaram e
perambularam pelas áreas do PESET, pescando, caçando e coletando vegetais.
Principais atrações e atividades no parque e entorno;
·
Caminhadas pelas trilhas
até os cumes dos Morros do Elefante (412 m), Costão (Tucuns), Cantagalo, Andorinhas
e da Peça, atravessando a Mata Atlântica, com mirantes que proporcionam vistas
espetaculares;
·
Caminhada pela trilha até a Enseada do
Bananal; · Exploração do Caminho Darwin, com visita a Fazenda Itaocaia, local onde Charles Darwin pernoitou em 1832;
· Apreciação da Duna Grande;
· Visita ao Túnel Ferroviário da extinta Estrada de Ferro de Maricá;
· Visita ao Museu de Arqueologia de Itaipu (entorno);
· Banho relaxante nas praias de Itaipu, Camboinhas, Itacoatiara e Itaipuassu (entorno);
· Degustação de frutos do mar nos restaurantes da Comunidade de Pescadores de Itaipu (entorno);
Como
presente de aniversário pelos 25 anos e em reconhecimento a importância do
Parque na vida dos Niteroienses, a Prefeitura cercou a Duna Grande e, atendendo
ao apelo do movimento ambiental, o Prefeito comprometeu-se publicamente a destinar
R$ 360 mil/ano ao parque pelos próximos cinco anos, visando garantir sua operação
e a decretar as terras no entorno da Laguna de Itaipu como área de preservação
permanente, pondo um fim a insegurança jurídica, além de construir a ciclovia
no entorno da referida Laguna e investir recursos na recuperação deste precioso
ecossistema aquático em conjunto com o Subcomitê da Bacia das Lagoas de
Piratininga e Itaipu – CLIP e do Conselho da Resex Itaipu.
Aguardamos agora
os presentes do INEA, esperando anciosamente o anúncio da construção do Centro
de Visitantes e da sede da UPAM, a implantação do Caminho Darwin, a melhoria
das trilhas e a aceleração da regularização fundiária. E também os presentes da Prefeitura de Maricá.
Para
finalizar, nossa homenagem a cinco pessoas que tiveram papel crucial na criação
e no desenvolvimento do Parque: João Batista Petersen, Omar Serrano, Cláudio
Martins, Leonel Brizola e Carlos Minc.
Parque Estadual da Serra da Tiririca, o parque do Charles
Darwin.